25 de abril de 2024
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Polícia apura que advogada morta em acidente de trânsito comprou chope pouco antes da colisão

Inquérito está prestes a ser relatado, após pedido de mais 60 dias de prazo. Pai da vítima diz que fato não interfere no julgamento do outro motorista.

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Investigadores da 3ª Delegacia de Polícia, em Campo Grande, realizaram relatório para a Justiça apontando que a advogada Carolina Machado Albuquerque, morta em acidente de trânsito,estava em um encontro com amigas horas antes do fato e adquiriu um chope em sua comanda, além de um suco de laranja e um lanche.

O inquérito está prestes a ser relatado e devolvido para o Ministério Público, após um pedido de mais 60 dias de prazo, feito em abril deste ano.


"É um relatório policial com base na requisição que veio do judiciário. Nós ouvimos a família, amigos e fizemos este laudo. Os investigadores buscaram, não somente o local onde ela esteve [Carolina], mas, também o outro envolvido. É algo que está ali, na nota, porque ela fez o pagamento com o cartão da mãe dela.

Segundo o advogado da vítima, Douglas Barros, o prazo de 60 dias está acabando e a promotora do caso pediu a conclusão. Sobre a questão, o pai da Carolina, Lázaro Barbosa Machado, de 63 anos, ressaltou que o comportamento da Carolina não deve ser julgado por ter bebido ou não uma caneca de chope.

Sobre a questão da fraude processual, no qual o estudante de Medicina, João Pedro da Silva Miranda Jorge, de 24 anos, é acusado de se envolver em outro acidente e apontar o pai como motorista da caminhonete, a delegada Christiane Grossi, responsável pelo inquérito, disse que ainda não concluiu as investigações.

Entenda o caso

O acidente aconteceu no dia 2 de novembro, no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Doutor Paulo Machado. Carolina, de 24 anos, estava com o filho de 3 anos, quando o carro foi atingido pela caminhonete que era dirigida pelo estudante.

Segundo a perícia, o motorista, que fugiu do local após o acidente, estava em alta velocidade e testemunhas disseram que ele apresentava sinais de embriaguez. Houve ainda uma batida anterior, no qual o estudante também estaria dirigindo a caminhonete.


Carolina morreu enquanto recebia atendimento médico. O filho da advogada, que estava no carro, teve alta na Santa Casa da capital sul-mato-grossense.

Ele fraturou a clavícula, mas, segundo a família, os médicos também identificaram que a criança machucou duas costelas. O menino está aos cuidados da avó materna. O suspeito se apresentou no dia 4 de novembro.

O jovem responde por homicídio doloso, omissão de socorro, lesão corporal e evasão do local do acidente. No caso dele, a Justiça concedeu liberdade provisória sob fiança de R$ 50 mil e uso de tornozeleira eletrônica.