26 de abril de 2024
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Homenagem

Mãe que recebeu orientação via telefone por bebê que não respirava faz homenagem a policial

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Com certeza a manhã desta sexta-feira (19/10), vai ficar marcada para a cabo da PM Marta Maria dos Santos Oliveira, do 3º BPM (Batalhão da Polícia Militar) de Dourados que recebeu os pais da pequena Agatha Maria, Thaís Feijor Martins e Jhonathan Quadros Marins, para um agradecimento formal.

A criança faleceu no último dia 4, depois de complicações respiratórias devido o problema de apneia e epilepsia, porém, antes, a policial conseguiu, por telefone, fazer com que a mãe salvasse a vida da filha até que chegasse ao hospital. A pequena tinha apenas quatro meses.


Agora não mais por telefone, mas pessoalmente, as duas se encontraram e com um abraço forte e demorado, tentou confortar o coração que jamais esquecerá o 4 de outubro de 2018. 

Por volta das 8h30 daquela quinta-feira, uma ligação por engano ao número da polícia 190 fez com que os agentes escalados se unissem para tentar salvar a vida de uma criança que não respirava. De um lado da linha, a mãe pedia socorro porque a filha havia parado de respirar, do outro, estava Marta, que com uma história de vida semelhante, pediu para Thaís não desligar o telefone que ela a ajudaria. 

“Ela [Thaís] ia ligar para o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência], mas por providência de Deus, ligou aqui no batalhão e eu atendi; ela me relatou que a Agatha tinha parado de respirar, então disse para ela colocar a criança de costas, na palma na mão e ir fazendo massagens nos pulmões, porém ela disse que não estava funcionando, nesse momento eu falei para ela virar a bebê e tentar respiração boca a boca, até que de repente ela disse que a bebê tinha voltado; ela foi mais corajosa que eu porque mesmo sem experiência, confiou nas minhas orientações”, contou a policial Marta Maria. 

Enquanto as orientações eram repassadas via telefone, o Samu já havia sido acionado pela policial que continuava em contato com a mãe. A pequena que sofria de apneia e epilepsia foi encaminhada ao Hospital da Vida onde recebeu todos os atendimentos, porém não resistiu. 

Emocionada, a mãe Thaís conta como foram os cuidados clínicos. 

“O bebê estava com a saturação alternando, subia para 80, mas caía para zero, muito rápido, os médicos do Samu chegaram e já a entubaram; seguimos para o hospital e chegando lá fomos informados pelos médicos que prontamente fizeram o que podiam pela vida da minha filha, que ainda em casa, ela teve duas paradas-cardíacas, em casa e no hospital, agravando ainda mais o caso dela”, relata a mãe, que durante todo o tempo da entrevista, esteve segurando sua mão a policial. 

O urso de pelúcia, que por quatro meses foi companhia para a Agatha, hoje foi dado para Marta, como um gesto de agradecimento pelo esforço. 

“Vou guardar essa pelúcia com muito amor e carinho, para sempre, pois passei pela mesma coisa que a Thaís, meu filho mais novo também teve problemas de respiração logo que nasceu, e embora não consiga mensurar a dor, compartilho; por isso, creio que apesar de como as coisas aconteceram, Deus uniu eu e a Thaís para sermos amigas, para lutarmos juntas, e assim, levar essa amizade para a vida inteira”, disse a policial. 

Os pais que estão de mudança para Joinville (SC), relataram também a gratidão pela vida da filha. 

“A Agatha veio para nós depois dos médicos afirmarem que eu não poderia ter filhos, visto que precisei tirar um ovário, mas ela veio e nesse pouco tempo que esteve com nós, eu e meu esposo, aprendemos o quanto é importante lutar pela vida, que existem pessoas boas no mundo”, foi concluindo Thaís, afirmando ainda que a bebê uniu mais a família e que “ela foi tudo para a nossa família”.