29 de março de 2024
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EMENDAS POR VOTOS

“Vai negociar cada projeto? É diferente do toma-lá-dá-cá?", questiona senadora sobre Bolsonaro

Simone Tebet disse ainda que 'falta visão' ao presidente

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A presidente de Constituição e Justiça (CCJ), no Senado Federal, Simone Tebet (MDB de Mato Grosso do Sul), disse ontem (15), que vai “custar muito caro” ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), as negociatas que vem fazendo no Congresso Nacional, trocando ‘votos por emendas’. A parlamentar também questionou. “Ele vai negociar dessa forma cada projeto que tem que aprovar? O que isso tem de diferente do fisiologismo? Do toma-lá-dá-cá da gestão passada?". 

O quadro político e gestão bolsonarista começa a perder grandes apoiadores, para fazer tal avaliação a senadora disse que ou o povo que apoia o Governo e que essas emendas liberadas vai “custar muito caro” ao presidente. 

Ela também lembrou que ao optar por não participar da farra, mesmo já tendo afirmado que votará a favor da Reforma da Previdência, ela optou por não pedir emendas, mas disse que pode ser pressionada por prefeitos. "A gente está entre a cruz e a espada. Eu já declarei para todo mundo que vou votar a reforma. Não preciso de nada para botar a reforma. Ai eu digo que não quero a emenda, mas chega em dezembro os prefeitos chegam lá e falam: 'ah, por que você não me atendeu?'", detalhou a senadora. 

Ainda segundo Tebet, a opção de Bolsonaro por não fazer o presidencialismo de coalisão [coordenação política entre Executivo e Legislativo, à manter a governabilidade no país], segundo Tebet, o governo ‘errou’ em não propor alternativa ao sistema político para construir base política para votação no Congresso Nacional.     

Tebet também afirmou que o uso de emendas para garantir votações importantes no Congresso vai "custar muito caro" ao presidente Jair Bolsonaro. Para a senadora, o governo "errou" em não propor uma alternativa ao presidencialismo de coalizão para construir uma base política para votações no Congresso. "Acho que esse é o erro do presidente, deixando de lado o presidencialismo de coalização, não buscar uma alternativa. Essa falta de alternativa vai custar muito caro para o presidente. Agora, é a reforma da Previdência, depois é a reforma Tributária, depois são projetos relevantes que dependem quórum qualificado (ou seja, dois terços dos parlamentares a favor da proposta)”, disse.  A senadora afirmou que não vai negociar emendas com o governo.

Ao final de suas declarações Tebet disse que vê boas intenções no governo Bolsonaro, mas que falta "visão" de gestão ao atual presidente. Ela afirmou que o atual chefe do Executivo é "bem intencionado" e "quer combater a corrupção". "Seu eu tivesse que fazer uma crítica a ele é a falta de uma visão maior do País. Ele está muito preocupado com a visão ideológica, com uma pauta de costumes, de falar para o seu eleitorado de alguns pontos específicos de promessas de campanha que ele tem quatro anos para cumprir, não precisa cumprir todos agora", disse Tebet.

*Com informações do Estadão Conteúdo.