28 de março de 2024
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Presidencialismo

Temer afirma que quer perfurar ainda mais a democracia aprovando o semipresidencialismo

"Temer quer formar base para 'não ficar refém' da população, afirma ser seu sonho"

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Rejeitado por 97% dos brasileiros, Michel Temer tem plena consciência de quer ser visto pelas costas pela população. 

Meio sério, meio de brincadeira, Michel Temer reclamou das versões pessimistas sobre sua saúde: “Passei por três cirurgias, tive infecção no fim do ano e nem pude passar quatro dias na praia, como gostaria, mas estou ótimo. Embora toda hora alguém queira me matar. Uns por vontade mesmo, outros por desinformação”.

Semipresidencialismo é um sistema de governo em que o presidente partilha o poder executivo com um primeiro-ministro e um gabinete, sendo os dois últimos responsáveis perante a legislatura de um Estado.

Em entrevista à jornalista Eliane Cantanhêde no Estado de S.Paulo, Temer reclamou da "traição" de antigos aliados e revelou que seu sonho é minar ainda mais a democracia brasileira, aprovando o semipresidencialismo. 

Seu plano para o último ano de mandato é, além de aprovar a reforma da Previdência, “continuar com as medidas que tomamos para recuperar o País, não só no Congresso, mas também por decisões administrativas”. No fim, o sonho de amenizar o “presidencialismo de coalizão”, que deixa os presidentes reféns de partidos e de pressões populistas. A forma será um projeto de “semi-presidencialismo”, mas “isso fica para adiante”.

  • VOCÊ SABE O QUE É PRESIDENCIALISMO DE COALIZÃO?

 O termo presidencialismo de coalizão foi criado pelo cientista político Sérgio Abranches, em 1988, e significa o ato de fechar acordos e fazer alianças entre partidos políticos forças políticas em busca de um objetivo específico. Para o professor Adriano Codato, esses acordos entre partidos são, normalmente, com a finalidade de ocupar cargos em um governo.[1]

Na mesma linha, o professor Antônio Carlos Pojo do Rego, o presidencialismo de coalizão nada mais é do que a forma com a qual o Poder Executivo conduz a administração pública, distribuindo postos administrativos em busca de apoio político e a formação de uma maioria parlamentar.[2]  Nesse sentindo, podemos compreender que para que um governo consiga colocar em prática sua agenda governamental, se faz necessário criar uma base de sustentação, de apoio, no poder Legislativo.