20 de abril de 2024
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DECLARAÇÃO

Tebet: "Indicação de Eduardo é 'maior erro' do presidente Bolsonaro"

Simone Tebet disse que o presidente deveria ter avaliado qual era "o sentimento do Senado" antes de indicar no nome do filho para o cargo

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A senadora sul-mato-grossense, e também presidente de Constituição e Justiça (CCJ), no Senado Federal, Simone Tebet (MDB), disse na segunda (15), que a indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada brasileira em Washinton foi “o maior erro” do presidente Jair Bolsonaro até o momento.

Para a parlamentar Bolsonaro pode galgar mais derrotas e ser derrotado na Casa, o que pode tornar pública a fragilidade do governo em votações. “Talvez tenha sido o maior erro do presidente até agora. Até porque envolve o próprio filho", afirmou nesta segunda-feira a senadora.

No âmbito do vasto conhecimento político, Tebet anotou que Bolsonaro deveria ter avaliado “o sentimento do Senado”, isso, antes de indicar o nome do filho. "Acho que ele corre sérios riscos de mandar (a indicação de Eduardo Bolsonaro para ser o embaixador brasileiro nos Estados Unidos) para o Senado e ser derrotado. A votação é secreta. Não tem precedentes no mundo, em países democráticos", ressaltou. 

Em levantamento realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo, ficou clara a dificuldade de tornar Eduardo Bolsonaro embaixador, já que, dos 17 integrantes responsáveis pela análise da indicação, seis destes já se posicionaram antecipadamente contra, três não se manifestaram, outros sete disseram ser favoráveis, esses, integram a Comissão de Relações Exteriores no Senado, e revelaram as opiniões ao jornal.   

"A sabatina expõe demais o governo e pode dar uma fragilidade que o governo ainda não tem na casa. Eu tenho esse sentimento hoje (de que a indicação seria derrotada no Senado) sentindo algumas pessoas que defendem o governo com unhas e dentes questionando que isso foi erro. Mas enfim, o tempo dirá", relativizou a senadora.

Para ser embaixador, o nome de Eduardo Bolsonaro deverá passar por uma sabatina na Comissão de Relações Exteriores e, em seguida, ser submetido a uma votação secreta. Depois, o nome vai ao plenário do Senado que tem que dizer se aceita a indicação do presidente. Ele precisará do voto favorável da maioria dos 81 senadores - também em votação secreta.

Conforme registros da Comissão de Relações Exteriores, apenas uma indicação presidencial para embaixador foi rejeitada nos últimos dez anos. Em 2015, a então presidente Dilma Rousseff enviou o nome de Guilherme Patriota, irmão do ex-chanceler Antônio Patriota, para a vaga de embaixador do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA), mas ele não teve aval da maioria dos senadores.

*Com informações do jornal Estado de S. Paulo.