28 de março de 2024
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PF intima 110 pessoas do alto escalão em nova fase da Vostok que investiga Reinaldo Azambuja

Toda a operação não será detalhada à imprensa, após repreensão do governador de MS

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A Polícia Federal intimou 110 pessoas em cinco estados brasileiros. A operação desta manhã (03), investiga esquema de pagamento de propina de R$ 67,7 milhões efetuados pela JBS. A empresa teria repassado os valores ao governador do estado de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB). Além de recolher depoimentos, o investigadores cumprem apreensões.  

Dessa vez, foi tudo feito na “miúda”, isso é a imprensa ficou de fora, isso porque na última fase da operação, em 12 de setembro 2018, Reinaldo acusou a PF de estar fazendo operação eleitoreira, porquê na época TVs e jornais acompanharam todo o desdobramento, até mesmos as transmissoras nacionais. Mas, é de praxe tal cobertura se observadas o comportamento da PF durante prisões de membros de outras siglas.   

Em nota a Polícia Federal anuncia e data a deflagração da Operação VOSTOK, mas não cita o nome do relator, na ocasião, ministro do Supremo Tribunal Federal, Felix Ficher.  

Nota - “A Polícia Federal deflagrou hoje (terça-feira, 3/9) um desdobramento da Operação VOSTOK, ocorrida em setembro de 2018. A ação é um esforço coordenado para a realização de diligências relacionadas às medidas cautelares de busca e apreensão, afastamento de sigilos telefônicos e bancários decretados pelo Ministro relator, por ocasião da citada Operação”.  

“Estão sendo intimadas aproximadamente 110 pessoas entre testemunhas e investigados. Os intimados terão as suas oitivas formalizadas nos Estados de São Paulo, Paraná, Ceará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A maior parte das oitivas está sendo realizada na cidade de Campo Grande”, informou.

Ano passado, até mesmo Reinado Azambuja foi obrigado a cumprir medidas cautelares por 30 dias. Ele foi ouvido em Campo Grande. Nessa fase da operação, o delator da Lama Asfáltica, Ivanildo da Cunha Miranda voltará a ser ouvido, segundo a PF ele prestará depoimento amanhã (04), as 10h.  Em 2018 cerca de 14 pessoas foram presas, algumas delas devem voltar a depor também esta semana. 

Ano passado foram presos figuras do alto escalão e empresários, entre eles o ex-secretário estadual de Fazenda e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Márcio Monteiro; o empresário dono da PSG Informática, Antônio Celso Cortez, o poderoso empresário João Roberto Baird, conhecido como o Bil Gates Pantaneiro; além deles, foi preso o deputado estadual Zé Teixeira (DEM), o ex-deputado estadual Osvane Ramos e o presidente da Fundação de Turismo e ex-prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra. Também foi preso na época, o pecuarista Élcio Rodrigues, suspeito de receber facilidades fiscais para desmatar 25 mil hectares no Pantanal sul-mato-grossense. Na ocasião, ele teria recebido ajuda de Reinaldo Azambuja. 

Reinaldo é o primeiro governador no cargo a ser alvo de operação de combate à corrupção no Estado. No ano passado, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na Governadoria, na residência e nas empresas do tucano. Reinaldo e família já tiveram R$ 277 milhões bloqueados por determinação o STJ no ano passado.

A direção nacional da PF em Brasília disse que não fornece mais informações nem fará a tradicional entrevista coletiva para falar sobre segunda fase da Operação Vostok.