19 de abril de 2024
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Eleições 2018

Em MS, fenômeno da virada ganha fôlego e embala campanha de Mochi

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O resultado da sucessão estadual em Mato Grosso do Sul fica mais difícil de prever, à medida que os fatores de interferência no comportamento dos eleitores passam a intensificar a influência no processo de escolha. Já não há líder isolado nas pesquisas e as tendências se diversificam, de acordo com a conjuntura político-judicial da vez, o humor eleitoral nas regiões mais ativas no processo de escolha e principalmente os erros táticos cometidos pelos concorrentes, sobretudo nos discursos e posturas.

O olhar nas pesquisas recomenda muita cautela antes de qualquer previsão. Na média de todos os levantamentos divulgados até agora, o primeiro lugar nas intenções de voto é disputado por dois candidatos: o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PDT) e o governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Ele vem se revezando entre o primeiro e o segundo lugares, presume-se que com vantagem pequena de Azambuja. Em terceiro, e com com pontuação crescente, está o deputado Júnior Mochi (MDB). O ex-prefeito Humberto Amaducci (PT) e o advogado João Alfredo (Psol) pontuam, mas conforme as pesquisas não ameaçam os primeiros colocados.

Ocorre que os dois líderes das amostragens estão sentindo os efeitos de contestações políticas e judiciais. Odilon passou a ser alvo de investigação depois de ser denunciado por um sobrinho e ex-assessor na Magistratura, que o acusou de negociar sentenças com traficantes e promover abusos de função, como a escuta indiscriminada de ligações telefônicas. Azambuja enfrenta as desconfianças geradas pelas delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista na Operação Lava Jato, que o acusam de receber propinas em dinheiro para facilitar benefícios fiscais a empresas do grupo JBS. Por causa dessas denúncias, dois pedidos de impeachment do governador já foram protocolados na Assembleia Legislativa.

Ainda não se tem um cenário de pesquisas retratando o tamanho do impacto que sofreram as duas candidaturas com essas denúncias. O magistrado e o governador consolidaram posições expressivas no imaginário dos eleitores e mantêm o nível de competitividade exibido no início da campanha. A diferença é que agora não reinam isolados na preferência majoritária do eleitor. Mochi escala, pouco a pouco, a escadaria que leva ao topo das intenções de voto e tende a se configurar como a grande novidade na reta final da sucessão sulmatogrossense.