23 de abril de 2024
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Setembro Verde

Campanha de doação de órgãos quer aumentar nível de conscientização

"As cores que salvam vidas"

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Você sabe quantas pessoas esperam por um transplante de órgãos e tecidos em Mato Grosso do Sul? São mais de 200 pessoas (no Brasil, mais de 30 mil), de acordo com a coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Claire Miozzo, que fez uso da palavra livre na Câmara Municipal, ontem, terça-feira (18). Ela foi convidada pelo vereador Dr. Lívio (PSDB), autor do projeto de Lei 9.065/2018, aprovado no último dia 11, que institui, no âmbito do município de Campo Grande, o Setembro Verde como mês dedicado à causa.

Claire começou a fala agradecendo a oportunidade de estar na Casa de Leis, por ser mais um lugar para despertar a conscientização na população sobre o tema. “Nós precisamos que a pessoa que tem interesse em ser doadora de órgãos e tecidos, converse com sua família, manifeste essa vontade em vida. Não precisa deixar nada por escrito, nem registrar documento”, explicou a coordenadora que destacou o alto índice de negativa das famílias que perdem um ente - em torno de 50% - por desconhecimento.

Quanto mais divulgação, mais a sociedade estará conscientizada. Tanto que uma das ações previstas no projeto do Dr. Lívio é iluminar os prédios públicos de verde, como forma de chamar a atenção para a campanha. “Nós aguardamos a sanção do prefeito para instituir oficialmente o Setembro Verde em nossa cidade, incentivando assim não só a iluminação dos prédios, mas também a realização de palestras e atividades educativas, veiculação de campanha de mídia e realização de eventos”, disse o vereador.

Durante a fala na tribuna, Claire explicou ainda que a doação de órgãos ou de tecidos, no caso de pós-morte, segue um procedimento criterioso que depende de confirmação do diagnóstico de morte encefálica e da autorização da família. Tipicamente, são pessoas que sofreram um acidente que provocou traumatismo craniano (acidente com carro, moto, quedas etc) ou sofreram acidente vascular cerebral (derrame) e evoluíram para morte encefálica.

Foto: Izaias Medeiros 

Cada vereador recebeu uma camiseta com o slogan da campanha “A Vida Dá Voltas. Eu Doo. Você Vive” e uma cartilha com as principais dúvidas sobre doação como por exemplo:

Quais órgãos e tecidos podem ser obtidos de um doador falecido?

- Coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córneas, vasos, pele, ossos e tendões.

É possível doar órgãos em vida?

- Sim. Qualquer pessoa saudável que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte de uma medula óssea ou parte do pulmão.

Posso ter certeza do diagnóstico de morte encefálica?

- Sim. O diagnóstico de morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Dois médicos diferentes examinam o paciente, sempre com comprovação de um exame complementar.

Após a doação, o corpo do doador fica deformado?

- Não. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra e o doador poderá ser velado normalmente.

De acordo com a Central Estadual de Transplantes, em Mato Grosso do Sul são feitos apenas transplantes de córnea e rim. Quem precisa de transplante de coração, por exemplo, é atendido em outros estados, mas nesse caso a captação do órgão é feita aqui e o órgão é encaminhado por meio de transporte aéreo. Para entrar em contato com a Central de Notificação e Captação de Órgãos Central Estadual de Transplantes de Mato Grosso do Sul o telefone é (67) 3312-1400. (Texto da assessoria).