25 de abril de 2024
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Investigações

Pai de estudante que matou advogada no trânsito pode responder por fraude processual

"O jovem será indiciado por omissão de socorro"

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A Polícia concluiu a investigação sobre a suposta fuga do estudante de medicina João Pedro Miranda da Silva Jorge, de 23 anos, em Campo Grande. Além de se envolver no acidente que causou a morte da advogada Carolina Albuquerque, de 24 anos, ele também conduzia a caminhonete quando colidiu em um carro, fato que ocorreu há exatamente 1 ano. O jovem foi indiciado por omissão de socorro, enquanto o pai pode responder por fraude processual, ainda conforme a polícia.

"Nós concluímos o TCO e encaminhamos ao juizado. As testemunhas ouvidas confirmaram que o estudante é quem dirigia e saiu do local do acidente. Com relação ao pai dele, a documentação do seguro ainda não chegou na delegacia, porém a informação é que a esposa é quem o acionou. Algumas buscas ainda serão realizadas e o pai do jovem intimado para depoimento. O estudante já foi indiciado por omissão de socorro", afirmou ao G1 a delegada Christiane Grossi, responsável pelas investigações.

Entenda o caso

Durante o interrogatório no caso do acidente da avenida Afonso Pena, em que a advogada morreu e o filho dela ficou ferido, a polícia o questionou sobre uma batida anterior, ocorrida no dia 21 de janeiro, no cruzamento da avenida Euler de Azevedo com a Tamandaré. Na ocasião, ele afirmou ao delegado plantonista, Enilton Zalla, que "não teve culpa e o acidente resultou somente em danos materiais".

Em seguida, a investigação obteve a informação de que o estudante fugiu do local deste acidente e o seu pai poderia ter assumido a direção em seu lugar. As informações foram confirmadas por meio de um boletim de ocorrência, registrado como evasão, pelas vítimas. A autoria, porém, foi registrada em nome de um funcionário público de 63 anos, que seria pai do suspeito.

Outro agravante é que, no caso da batida na avenida Afonso Pena, uma testemunha contou à polícia que viu o momento em que o jovem disse: "Eu vou embora, pois, não posso me envolver em acidente de novo”, comentou o delegado na época.

Se os fatos confirmarem, a investigação acredita ser este um “agravante gravíssimo” para o estudante. “Realmente pode ser algo que o comprometa bastante na Justiça. Temos o documento do boletim de trânsito. Se o fato se confirmar, o suspeito será indiciado por mais este crime”, ressaltou Zalla na ocasião.

Outra batida

O acidente aconteceu no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Doutor Paulo Machado. Carolina Albuquerque, de 24 anos, estava com o filho de 3 anos, quando o carro foi atingido pela caminhonete que era dirigida pelo estudante. Segundo a perícia, o motorista, que fugiu do local após o acidente, estava em alta velocidade e testemunhas disseram que ele apresentava sinais de embriaguez.

Carolina morreu enquanto recebia atendimento médico. O filho da advogada, que estava no carro, teve alta na Santa Casa da capital sul-mato-grossense. Ele fraturou a clavícula, mas, segundo a família, os médicos também identificaram que a criança machucou duas costelas. O menino está aos cuidados da avó materna. O suspeito se apresentou no último sábado (4).

O jovem já responde por homicídio doloso, omissão de socorro, lesão corporal e evasão do local do acidente.