19 de abril de 2024
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Grávida de oito meses é morta a tiros, família acusa ex-marido

Crime aconteceu na segunda-feira (08)

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Grávida de oito meses, Gabriele Rodrigues Dias, de 24 anos, foi morta a tiros no fim da tarde desta segunda-feira (08), em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Ela levou três tiros, um deles na cabeça. A família da vítima aponta o ex-companheiro dela, Renato C.Q., de 40 anos, como o autor do crime.

Gabriele morreu no local e foi levada por vizinhos para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, onde os médicos ainda tentaram salvar o bebê. A vítima foi submetida a uma cesariana para a retirada da criança, que não resistiu.

Segundo irmãos dela, Renato não se conformava com o fim do relação, ocorrido há cerca de um ano. Os dois mantiveram um relacionamento conturbado que, entre idas e vindas, durou cerca de quatro anos.

Depois da última separação os dois chegaram a ser relacionar, por essa razão Gabriele, que descobriu a gestação tardiamente, não tinha certeza se o filho que esperava e ao qual daria o nome de Anthony, fosse do ex- companheiro ou de outro parceiro. Ela estava esperando a criança nascer para fazer o exame de DNA e esclarecer a paternidade.

Segundo Felipe Rodrigues de Oliveira Bento, de 31 anos, irmão da vítima, Gabriele foi chamada ao portão por Renato, por volta das 17h. Ao ser atendido, ele teria oferecido a ela uma rosa amarela e dito que a amava, para em seguida atirar, matando-a. O rapaz disse que a morte da irmã foi o segundo grande baque que a família sofreu em menos de um ano.

— Não tem nem oito meses que nós enterramos nossa mãe. Agora perdemos a irmã. O chão se abriu para a gente— lamentou o rapaz, que nesta tarde esteve no Instituto Médico Legal (IML), acompanhado da irmã Yasmim Rodrigues Dias, de 22 anos, para providenciar a liberação do corpo.

Yasmim morava com a irmã, mas no momento do crime estava num curso. As duas estudavam enfermagem, mas Gabriele não estava mais comparecendo às aulas por conta do avanço da gravidez. A jovem acredita que se estivesse em casa também teria morrido. Ela descreveu o ex-cunhado como uma pessoa violenta e agressiva.

— Na verdade, o relacionamento dos dois foi bom só nos primeiros três ou quatro meses. Depiois virou abusivo possessivo. Ele não permitia que a minha irmã falasse sequer com os parentes, incluindo nós os irmãos — afirmou a jovem.

Tudo que a jovem mais quer agora é justiça:

— Espero que a justiça aconteça e ele vá para a cadeia. Não pode desfrutar a vida enquanto minha irmã perdeu a dela aos 24 anos.

A família ainda está definindo quando e onde será o sepultamento.

A Polícia Civil informou que um inquérito policial foi aberto pela Delegacia de Homicídios da Capital (DH/Capital) para apurar as circunstâncias do crime. Agentes realizaram perícia no local, na Rua Nova Canaã. As investigações estão em andamento em busca do suspeito.

Parentes e amigos de Gabriele publicam mensagens de despedida nas redes sociais, lamentando o episódio e cobrando justiça, para que o ex-namorado seja encontrado pelos policiais.

"Meu coração sangra de dor, não tem como não se chocar. Uma mulher linda, cheia de vida, que simplesmente foi impedida de ser mãe, ser mulher, de estar viva. O feminicídio não é um fato que está distante, está aí ao alcance das mãos e dos olhos de qualquer uma de nós. Que Deus a receba com muito carinho, nossa menina de sorriso fácil, nossa doce Gabi Rodrigues, que os dois anjinhos sejam envoltos na luz e conduzidos ao melhor caminho", afirmou uma usuária do Facebook, acrescentando a hashtag #lutopormaisumamulher ao seu post.