19 de abril de 2024
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Golpista das casas populares é detido e reconhecido por 5 vítimas

Segundo a polícia, o suspeito pedia valores entre R$ 1,5 mil a R$ 2 mil para agilizar as negociações imobiliárias em MS.

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Golpista de 41 anos foi preso nesta segunda-feira (4), em Campo Grande, suspeito de prometer casas populares a inscritos em programas habitacionais. Segundo a delegada Ana Cláudia Medina, responsável por apurar as denúncias, o suspeito pedia valores entre R$ 1,5 mil a R$ 2 mil para agilizar as negociações imobiliárias.

Para algumas vítimas, ele teria dito que conhecia pessoas influentes na Agência Estadual de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul (Agehab). Outras recebiam a informação de que ele era funcionário. Otair Soares de Oliveira, ainda conforme a polícia, foi reconhecido por ao menos 5 vítimas e é reincidente no crime.

“Existem registros criminais de estelionatos cometidos por ele desde 2015. O inquérito será inclusive encaminhado para a 1ª Delegacia de Polícia. A Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) realizou os levantamentos preliminares e há indícios de que ele tenha, pelo menos, 20 registros na mesma modalidade criminosa”, afirmou a delegada.

Desempregada, uma mulher de 32 anos, que prefere não se identificar, disse que conheceu o suspeito por meio de indicações. “Ele me disse que arrumava a casa em um período de 30 a 40 dias, pois conhecia quem trabalha lá [Agehab]. De início, me cobrou R$ 1,5 mil para agilizar a documentação e, depois de entregar as chaves, cobraria mais R$ 1 mil”, explicou.

A vítima, que há pouco prestou depoimento, comentou que jamais visitou algum imóvel. “Eu já estou inscrita no projeto há muito tempo. Como ele falou que era fácil, caí na lábia dele. Era um golpe e agora estou arrasada, minha cabeça está doendo até agora. Pensa uma pessoa desempregada arrumar um dinheiro deste pra nada”, lamentou.

Ao longo da semana, outras pessoas devem prestar depoimento. Uma copeira de 36 anos também deve prestar depoimento hoje. Ela também não quis revelar o nome e, chorando, disse que está muito arrasada."O homem confirma que, de fato, estava fazendo a captação. Os crimes tinham sido em datas anteriores e chegamos até a vítimas após a prisão dele. Ele, no entanto, nega que estaria se passando por funcionário da Agehab, o que as vítimas confirmam. Ele já foi indicado", finalizou a delegada.

A pena para o crime de estelionato varia de 1 a 4 anos de prisão.