28 de março de 2024
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LUZ NA INFÂNCIA

Caminhoneiro e técnico de informática são os alvos presos em ação contra pornografia infantil

Além de MS, agentes da Polícia Federal e da Polícia Civil cumprem mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em mais 13 estados do Brasil e em mais seis países

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Um técnico de informática, de 35 anos, além de um caminhoneiro, que não teve a identidade revelada, foram os alvos presos durante ação contra pedofilia, nesta quarta-feira (4), em Mato Grosso do Sul. O primeiro foi flagrado no bairro Tijuca, em Campo Grande, inclusive com HD's contendo material de pornografia infantil. Já o segundo foi flagrado em Aquidauana, na região oeste do estado.

"São investigações que ocorrem com antecedência, de 4 a 6 meses, que nos possibilitam verificar o compartilhamento e armazenamento dessas imagens. O técnico de informática será autuado aqui na Depca [Delegacia Especializada de Proteção à Criança e o Adolescente]. Já o caminhoneiro será autuado na 1ª delegacia de Aquidauana, eles estão em apoio participando dessa ação conosco", afirmou ao G1 a delegada Marília de Brito, titular da unidade policial.

Há seis dias, policiais da Depca vistoriaram 3 endereços nos bairros Portal Caiobá, Vila Jacy e Vilas Boas, com suspeita de produção a envio de material pornográfico infantil. "Na semana passada já tivemos uma ação aqui na cidade, que nos trouxe outros elementos indicativos de prisão e agora estamos cumprindo esses mandados", explicou Brito.

Além de Mato Grosso do Sul, agentes da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil cumprem mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em mais 13 estados do Brasil e em mais seis países. Esta é a 5ª fase da operação Luz na Infância.

Uma delas foi detida nos Estados Unidos. As ações são coordenadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Nesta fase, foram analisados 312 mil arquivos, com um volume total de dados de 3,8 terabytes – o equivalente a 3.800 gigabytes.

Caminhoneiro foi o segundo alvo a ser preso em município de MS. Foto: Polícia Civil/Divulgação

No Brasil, a operação está em andamento nos seguintes estados: Amazonas, Amapá, Alagoas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Piauí, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, além do Distrito Federal.

Fora do país, a operação também tem sido realizada no Chile, em El Salvador, nos Estados Unidos, no Equador, no Panamá e no Paraguai.

Pela primeira vez, a Polícia Federal está atuando no cumprimento dos mandados juntamente com a Polícia Civil dos estados.

As penas para os crimes investigados variam de 1 a 8 anos de prisão. Quem armazena material de pornografia infantil tem pena de 1 a 4 anos de prisão. Para quem compartilha, a pena é de 3 a 6 anos de prisão. A punição alcança 4 a 8 anos de prisão para quem produz esse tipo de material.

LUZ NA INFÂNCIA 

Nas quatro fases anteriores, a operação prendeu em flagrante 546 suspeitos de abuso e exploração sexual na internet contra crianças e adolescentes. Além das prisões, foram cumpridos no período 1.112 mandados de busca e apreensão.

BRAÇOS DA OPERAÇÃO 

Luz na Infância 1: Realizada em 20 de outubro de 2017, cumpriu 157 mandados de busca e apreensão. Foram presas 108 pessoas.

Luz na Infância 2: Realizada em 17 de maio de 2018, cumpriu 579 mandados de busca e apreensão. Foram presas 251 pessoas.

Luz na Infância 3: Realizada em 22 de novembro de 2018, cumpriu 110 mandados de busca e apreensão no Brasil e na Argentina. Foram presas 46 pessoas pela Polícia Civil.

Luz na Infância 4: Realizada em 28 de março de 2019, cumpriu 266 mandados de busca e apreensão. Foram presas 141 pessoas.

COMO PREVINIR

Veja recomendações do Ministério da Justiça e Segurança Pública para a prevenção de crimes de pornografia infantil e de exploração sexual contra crianças e adolescentes:

Denúncia: diante da suspeita de algum comportamento inadequado, a família deve denunciar na polícia, procurar ajuda de profissionais da área e utilizar canais de denúncia das redes sociais para reportar eventuais crimes ou irregularidades;

Controle parental: acompanhar o que crianças e adolescentes fazem no ambiente on-line. Há aplicativos e programas que permitem controlar que tipo de sites as crianças acessam, e em qual horário;

Orientação em casa: saber e explicar como as ferramentas e as redes sociais funcionam, o tipo de informação que retêm e como as pessoas ficam expostas;

Privacidade: verificar configurações de privacidade de redes sociais, para não deixar crianças expostas com localização identificadora de residência e outras informações pessoais;

Atenção com estranhos: a preocupação para que as crianças não falem com estranhos na rua tem de ser estendida para a vida on-line, alerta o ministério.