23 de abril de 2024
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Adolescente torturada teve corpo riscado por faca e foi obrigada a falar que não queria mais o ex

Dona da casa onde ocorreu o crime era convivente do ex da vítima. Rapaz que é o suposto pivô do crime, além de outra adolescente, ainda devem prestar depoimento em MS.

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A adolescente de 16 anos, vítima de tortura em Campo Grande, teve várias partes do corpo riscadas por faca e ainda foi obrigada a ligar e falar que não queria mais o ex, de acordo com a polícia. Ao G1 o delegado Fábio Sampaio, responsável pelas investigações, disse que quatro pessoas prestaram depoimento, entre elas duas das agressoras, que confessaram o crime.

"Uma delas confirmou as agressões e falou que tinha uma desavença anterior, já que ela e a vítima eram amigas, depois se desentenderam e a adolescente teria passado a ameaçá-la. A suspeita de 18 anos é a dona da casa onde tudo ocorreu e ela teria obrigado a menina a entrar em contato com o ex, dizendo que não queria mais nada com ele. Já a outra adolescente ainda não conseguimos trazer na delegacia", explicou o delegado.

Ainda conforme Sampaio, a suspeita de 18 anos mantinha um relacionamento com um rapaz. Após algum tempo, ele teria mantido relação sexual com a adolescente e terminado o relacionamento com o outra. "Para se vingar, juntamente com as outras, elas teriam planejado o crime. Elas vão responder pelo artigo do ECA [Estatudo da Criança e o Adolescente], que é constranger com violência e grave ameaça, principalmente pelo fato delas obrigarem a menina a ligar para o ex", ressaltou.

Além das ameaças, a menina também recebeu socos e pontapés. "A investigação aponta que elas usaram a faca e até por isso a menina foi internada. Elas está com lesões nos braço e costas. O próximo passo é ouvir o motorista do Uber, que levou a vítima, além do rapaz que seria o pivô da agressão e a vítima, que deve prestar novo depoimento. Ela também fará uma cirurgia no nariz e passará por novo exame de corpo de delito, onde será caracterizada a natureza da lesão corporal", explicou Sampaio. 

Entenda o caso 

O caso ocorreu no início desta semana, em uma casa no bairro Guanandi, região sul de Campo Grande. De acordo com a irmã da vítima, ela ficou sabendo após receber prints das agressões, de um grupo no WhatsApp chamado "As bandidas".

Entre as conversas, uma das supostas agressoras escreveu: "Eu não deixei marca nenhuma, sou besta não...eu só bati nela, porque ela falou pra mim: demorô". A irmã da adolescente comentou que ficou "muito preocupada", assim que começou a receber as mensagens.

"Ela saiu de casa às 6h30 [de MS] e estas meninas fizeram chamada de vídeo e outras pessoas que eu conheço mandaram os prints. Minha irmã ficou sendo torturada por 2h30 e fizeram imagens por chamada de vídeotambém. Se eu não tivesse ido atrás, minha irmã poderia estar morta agora", lamentou.

A adolescente foi internada na Santa Casa e teve alta médica, segundo a família.