28 de março de 2024
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Prefeitura lança primeira turma do curso básico de atendimento em libras

Pelo menos 9 mil pessoas que vivem na Capital possuem alguma surdez

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Com mais de 300 pessoas inscritas, a Prefeitura de Campo Grande lançou nesta quarta-feira (31) a primeira edição do Curso Básico de Atendimento em Libras (Língua Brasileira de Sinais). Com duração de três meses, as aulas serão ministradas pela presidente da Associação Estadual de Deficientes da Audição (Aeda), Alice de Souza. Pelo menos 9 mil pessoas que vivem na Capital possuem surdez unilateral ou bilateral. Em Mato Grosso do Sul são cerca de 30 mil.

O curso, oferecido em parceria com a Aeda, faz parte do plano de ações da Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos (SDHU) que, por meio da Coordenadoria Geral de Defesa dos Direitos Humanos Violados e da Coordenadoria de Apoio à Pessoa Com Deficiência (Caped), na busca permanente da inclusão das pessoas com deficiência.

Nesta primeira etapa são oferecidas 120 vagas, sendo 40 para os servidores da SDHU, que passarão por qualificação no atendimento às pessoas surdas. As outras 80 vagas serão destinadas para o público (idade mínima de 12 anos), sendo 40 vagas  para 1ª turma, com início em 6 de novembro e término em 29 de janeiro 2019, e 40 vagas  para 2ª turma, com início dia 5 de fevereiro e término em 30 de abril de 2019.

O curso acontecerá sempre às terças-feiras das 19h às 21h no auditório da Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos. A língua além de ser o principal veículo de comunicação é também o mais importante meio de identificação do indivíduo com sua cultura e o suporte do conhecimento da realidade que nos circunda, por isso a SDHU tem um olhar especial para essa questão, e esse curso tem por objetivo pavimentar a comunicação entre deficientes auditivos  e sociedade, salienta o Subsecretário Ademar Jr.

“Criar através de parcerias como essa com a Aeda, cursos que buscam uma maior e melhor participação dessas pessoas no convívio social é uma das competências da Coordenadoria de Apoio à Pessoa com Deficiência, que atua de forma permanente para a inclusão das pessoas com deficiência. A procura pelo curso superou nossas expectativas e, neste sentido, vamos abrir novas turmas para atender a essa demanda”, disse Ademar.

O coordenador da Caped, David Marques destaca a importância do curso de Libras. “A ideia principal desse curso é aproximar o surdo do ouvinte. A gente percebe que a procura maior pelo curso foi de pessoas que trabalham no comércio e precisam lidar com esse público ou que têm familiares surdos. Isso é inclusão e a gestão municipal tem atuado efetivamente nessa articulação, para que as políticas públicas possam chegar até as pessoas com deficiência”.

O professor de Educação Física Mateus dos Santos garantiu sua inscrição para o curso hoje na sede da subsecretaria de Direitos Humanos e destaca a necessidade de saber se comunicar com pessoas surdas. “Já tive alunos surdos e a dificuldade de comunicação atrapalha os dois lados, tanto do aluno como do professor. É muito importante saber essa linguagem tanto para melhorar o nosso trabalho quanto para garantir que as pessoas surdas tenham informações necessárias para o seu dia a dia, nas atividades do cotidiano, como uma aula de educação física”.

Já a arquiteta Anny Caroline quer aprender a Libras para atender a todos os públicos em sua profissão. “Sou recém-formada e quero poder abranger todos os públicos. Além disso acho que saber se comunicar por sinais é essencial como cidadã”, pondera.

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi oficialmente reconhecida como a segunda língua oficial no Brasil através da lei nº 10.436 de 2002, e regulamentada pelo decreto 5626 de 21 de abril de 2005, em 2012, é criada a LBI – Lei Brasileira de Inclusão e acessibilidade no território nacional.  A Libras é um meio de comunicação oficial no Brasil, sendo necessário o respeito e uso para garantir os direitos dos surdos e acessibilidade contidos nos alvarás de funcionamento.

A presidente da Associação Estadual de Deficientes da Audição (Aeda- MS), Alice de Souza, que irá ministrar o curso – criado por ela, explica que desenvolveu uma plataforma de ensino moldado conforme a sua necessidade. “A metodologia do curso agrega vários nichos da sociedade, garantindo praticidade e agilidade, com atividades e provas presenciais. Todo o curso tem duração de 3 meses que capacitará o aluno ao atendimento básico em Libras”.