28 de março de 2024
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Primeiro dia de aula é tranquilo após garoto levar arma na escola

Escola está prestando auxílio psicológico aos alunos que presenciaram o ocorrido

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No primeiro dia de aula após o caso do garoto de 9 anos que levou uma pistola calibre 6.35 mm para o Colégio Adventista Jardim dos Estados (CAJE) e atirou contra o próprio pé dentro da sala de aula, a chegada dos alunos foi tranquila no início da tarde de hoje (18). Escola está prestando auxílio psicológico aos alunos que presenciaram o ocorrido.

O filho do jornalista Adriano Hany é da mesma sala do garoto e foi à aula normalmente hoje. “Ontem ele estava agitado, contando para todo mundo. Mas hoje estava tranquilo”, conta.

Hany ressalta ainda que que a escola está dando todo suporte necessário. “Vão ajudar na questão psicológica dos alunos. E não tem como olhar a mochila de 700 alunos”, completou.

A bancária Maria Rotta, 40 anos, tem dois filhos, de 6 e 10 anos de idade, estudando no CAJE. Segundo ela, o ocorrido serve como um “ponto de atenção” aos pais.

“É preciso ter diálogo com os filhos. Explicar o que é certo e o que é errado. Serviu de alerta. Da escola não tenho nada que reclamar, tanto é que trouxe meus filhos de outra para cá porque confio. Estudam aqui desde 2014”, comentou.

CASO
O caso ocorreu ontem por volta das 16h30, no colégio localizado na esquina das ruas Piratininga e Rio Grande do Sul. Um estudante informou que o disparo foi durante a aula de geografia e o menino havia dito aos colegas que estava com a arma. Testemunha ouvida pela Polícia Militar contou que o menino teria disparado a arma por acidente ao pegar algo na lancheira durante a aula, ou seja, ele não estava a manuseando durante a aula.

A professora de uma sala vizinha foi quem fez os primeiros-socorros. O professor de geografia, assustado com o disparo, correu para pedir ajuda após se certificar que as demais crianças se deitaram no chão. Ele que encontrou a arma, dentro da bolsa escolar, quente pelo disparo.

O disparo atingiu o pé esquerdo da criança, que foi socorrida por uma ambulância particular e levada até o hospital, consciente e orientada.

Avisados pelos filhos, os primeiros pais não demoraram mais que 15 minutos para chegarem no local após o ocorrido. Foram passadas informações desencontradas, normais em uma situação como esta, para a polícia. Em uma das ligações à central da PM a informação era de que “mais de um atirador matava crianças na escola”.

Minutos após o disparo, viaturas da Polícia Militar, além de uma ambulância do Corpo de Bombeiros estiveram no local. O trecho da Rua Rio Grande do Sul onde fica o colégio ficou interditado para trânsito no momento do resgate do menino.

Segundo a PM, foi uma decisão da diretoria segurar os alunos por mais de 30 minutos após o disparo na área interna da escola. O objeto era tranquilizar a situação, mostrar que tudo não passou de um acidente.

Perícia e Polícia Civil também foram chamadas para verificar as circunstâncias em que tiro foi disparado e a motivação para o menino levar a arma para escola. Mas o estresse da situação foi grande. Muitas das crianças choravam copiosamente até por volta de uma hora depois do ocorrido.

Na manhã de hoje o aluno que levou a arma e foi baleado acidentalmente teve alta médica da Santa Casa de Campo Grande. A arma, que foi apreendida, era do pai do garoto que trabalha na perícia da Polícia Civil.

A assessoria de imprensa do hospital informou que o estado de saúde da criança é bom. O menino passou a noite no Prontomed, que é a ala para atendimento particular e de pacientes de planos de saúde.

Ele foi atendido ontem após ter sido atingido, mas não precisou passar por cirurgia e foi feita apenas uma sutura nos locais feridos. A equipe médica recomendou que ele passasse a noite no hospital por ter recebido anestesia para o procedimento e para que ficasse em observação.