23 de abril de 2024
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Primeiro Comando da Capital

'PCC é a maior organização criminosa da América do Sul', diz promotor

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O promotor Lincoln Gakiya, responsável por denunciar mais de 300 membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), afirmou que o grupo se tornou “a maior organização criminosa da América do Sul”.

Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Gakiya afirmou que o grupo está filiando paraguaios e bolivianos, além de matar aleatoriamente agentes prisionais e policiais para “espalhar o terror”.

Questionado, se os ataques de 2006 podem se repetir, ano em que a facção parou a cidade mais rica do País, o promotor disse que não.

“Em minhas investigações, eles (os bandidos) dizem que jamais farão um 2006 de novo. Eles repensaram o enfrentamento ao Estado e isso tem sido feito de forma pontual e covarde: os assassinatos de agentes penitenciários e policiais. Eles são atos de natureza terrorista pois, além de atingir a finalidade de vingança, servem para causar um terror indiscriminado”, disse.

Questionado sobre o que falta para o PCC ser uma máfia de fato, Gakiya diz que “só falta a consolidação da lavagem de dinheiro, mas isso será obtido em breve, por causa da entrada da facção no tráfico internacional”.

Sobre como o País pode combater a facção de forma eficiente, o promotor afirmou que o PCC hoje é um problema “internacional”.

“O PCC não tem fronteiras e conta com a ineficiência do Estado brasileiro (…) Não temos uma agência nacional ou uma força-tarefa multi-institucional de combate ao crime organizado, capaz não só de ditar politicas, mas também de executar operações, como na Itália. Falta integração entre as polícias e os Ministérios Públicos. Não conseguimos trabalhar juntos. Em 27 anos como promotor nunca vi isso. Talvez, antes de me aposentar, ainda consiga ver”.