19 de abril de 2024
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HUMANISTA

Depois de 34 anos juventude palestina volta a se reunir no Brasil

A psicóloga corumbaense Ashjad Sadique Adi participou do acontecimento histórico em Foz do Iguaçu

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Entre as centenas de homens e mulheres que foram a Foz do Iguaçu (PR) para participar ou assistir ao Encontro da Juventude Palestina estava a psicóloga Ashjad Sadique Adi. De uma família árabe radicada em Corumbá, onde nasceu, ela mora em Ribeirão Preto (SP) e dedica-se à profissão, pelo viés da afirmação social e humana, e a tudo que diz respeito às causas da Palestina, da liberdade e da autodeterminação dos povos.

Com esse suporte de ideais Ashjad se desdobra para atuar nas diversas frentes de luta e empoderamento humanista. É o caso desse encontro, no qual a jovem teve sua terra de origem e sua gente como elementos principais. Com a cobertura da Federação Palestina-Árabe Brasileira (Fepal), o evento, no Hotel Golden Park, aconteceu 35 anos após sua primeira edição.

A palestina Ashjan Sadique Adi. Foto:Reprodução/Arquivo pessoal.  

Mais de 200 jovens palestinos de 17 a 29 anos e que moram no Brasil se encontraram para, naqueles três dias, de 26 a 28 de julho, defenderem suas propostas e fortalecer as metas de luta, renovando bandeiras emblemáticas, entre as quais a autonomia árabe, a autodeterminação dos povos, o reconhecimento definitivo do estado palestino e o fim das agressões sionistas. Essas perspectivas foram enfatizadas na abertura do encontro, por um de seus organizadores, Yousef Amer, 19, da Sanaud [voltaremos, em árabe].

Yousef Amer afirmou: “Eu tenho um sonho: um dia, esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença. Que em Jerusalém os filhos de descendentes de palestinos, e seus filhos, poderão se sentar juntos na mesa da fraternidade”. Em seguida acrescentou: “Eu tenho um sonho que, um dia, até mesmo as terras de 1948, um lugar que transpira o calor da injustiça e da opressão, será transformado em oásis de liberdade e justiça”.


Ashjan Sadique Adi no Porto e Corumbá. Foto: Reprodução/Arquivo pessoal. 

Palestras, workshops, debates e outras atividades deram o tom do acontecimento, além da multiplicação de amizades e contatos entre descendentes e árabes e vários estados. O presidente das Fepal, Ualid Rabah, disse que viu ali a afirmação da história. “Há 34 anos, aqui mesmo em Foz do Iguaçu, tomei parte do primeiro encontro nacional da juventude palestina. Volto agora, na condição de presidente da Fepal, a organização geral de máxima representação desta diáspora palestino-brasileira”.  Outras autoridades prestigiaram o evento, como Emir Mourad e Fárima Ali, respectivamente o secretário-geral e a vice-presidenta da Confederação Palestina da América Latina e do Caribe (Coplac), e o ex-presidente da Fepal, Elayyan Aladdin.