18 de abril de 2024
Campo Grande 25ºC

Transporte de órgãos

Casa Militar contabiliza 20 operações de transporte de órgãos em MS

A- A+

Verdadeiras operações militares, com direito a uso de avião a qualquer hora do dia ou da noite, têm salvado vidas em Mato Grosso do Sul e em outros estados brasileiros. Executados pela Casa Militar do Governo do Estado, em parceria com a Central Estadual de Transplantes, os voos têm a missão de transportar órgãos vivos fora do corpo humano, fazendo com que eles cheguem ao destino final e possam ser transplantados em pacientes antes do fim do tempo de isquemia – período em que o órgão sobrevive fora do organismo.   

No “Setembro Verde”, mês dedicado às campanhas de doação de órgãos e tecidos, a Casa Militar contabiliza 20 operações dentro e fora de MS. O número considera os transportes feitos desde dezembro de 2018, quando a parceria entre a Casa Militar e a Central Estadual de Transplantes foi firmada. “Estamos prontos para as missões sempre que somos acionados”, afirma o coronel Nelson, chefe da Casa Militar. As operações contam ainda com suporte do Corpo de Bombeiros e da Organização de Procura de Órgãos (OPO), da Santa Casa de Campo Grande.

Com 20 anos de existência, a Central de Transplantes de MS conseguiu potencializar o trabalho com o transporte aéreo. “Em 2018 começaram as doações no interior e não tínhamos como buscar. Daí surgiu a parceria com a Casa Militar”, lembra a coordenadora da Central, Claire Miozzo. Com o avanço das estruturas de saúde em Dourados e Três Lagoas, as cidades passaram a diagnosticar mortes encefálicas e ficaram aptas a retirar órgãos para doação. Dessa forma, aeronaves usadas no transporte de autoridades passaram a fazer viagens humanitárias, levando órgãos. 

Ao todo, a Casa Militar do Governo do Estado possui cinco aeronaves aptas para o transporte de órgãos. Em cada missão viajam cinco pessoas: três tripulantes, um médico e um enfermeiro.

Transplantes

Em Mato Grosso do Sul, procedimentos médicos de captação e transplantes são realizados nas cidades de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Hospitais com atendimentos público e privado realizam transplantes de córneas, coração, fígado, ossos, pulmão e rins. Quando o órgão não pode ser transplantado no Estado, por motivos de incompatibilidade, a Central Estadual oferece o organismo para a Central Nacional de Transplante (CNT), que fica em Brasília (DF) e define qual paciente será beneficiado.

Órgãos captados em MS já foram destinados para as cinco regiões do Brasil. “Rio Grande do Sul, Acre, Distrito Federal, São Paulo e muitos outros”, disse Claire. Nos casos de viagens interestaduais, outros parceiros entram em ações. “Entre eles a Força Aérea Brasileira (FAB), as casas militares dos outros estados e até as empresas aéreas, de voos comerciais”, conta a coordenadora. Em uma das missões humanitárias do 1º semestre deste ano, rins e córneas foram captados em Dourados e enviados para Recife (PE), Belo Horizonte (MG) e Campo Grande.