28 de março de 2024
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Ação da prefeitura atende moradores em situação de rua na Capital

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Levar inclusão através do acolhimento, da dignidade e do amor para quem precisa. É com essa missão em fazer uma gestão humanizada, que a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos, promove o Programa de Ação Integrada e Continuada (PAIC), que realiza o trabalho de levar serviços e políticas públicas a pessoas em situação de rua e de vulnerabilidade, com o objetivo de reintegrá-las à sociedade.

Em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) e da SDHU promoveram nesta quinta-feira (21) na Antiga Rodoviária a segunda ação do PAIC que receberam apoio de comunidades terapêuticas e entidades da sociedade civil.

A ação oferta serviços como: teste rápido de fluído oral HIV, sífilis, hepatite B e C; assessoria jurídica (defensoria pública); acesso a segunda via de documentos; banho/higiene pessoal e acolhimento para comunidades terapêuticas da Capital. A ação do PAIC contou com o ônibus de prevenção ao câncer da Cassems realizando mamografias e exames preventivos.

“Não fazemos nada sozinhos. Um trabalho complementa o outro. A Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos faz a articulação e a SAS a execução dos trabalhos. Com essas ações, conseguimos apresentar para a sociedade que as políticas públicas sociais estão sendo implementadas no Município”, afirmou o Secretário de Assistência Social, José Mário Antunes, que reforçou a importância do trabalho em conjunto com a SDHU através do SEAS, que desde a década de 90 realiza a busca ativa que identifica essa população vulnerável 24h por dia.

De acordo o subsecretário dos Direitos Humanos, Ademar Vieira Júnior, o PAIC é a oportunidade do poder público estar mais próximo das pessoas em situação de rua, oferecendo os serviços da Prefeitura.

“Estamos ofertando em torno de 100 vagas em comunidades terapêuticas para que em nove meses de tratamento, aqueles que aceitarem, possam se recuperar do vício das drogas”. Conforme o titular da SDHU, na primeira ação do PAIC, em 2018, 100 pessoas em vulnerabilidade foram encaminhadas para as Casas de Apoio, onde fizeram o EJA e cursos profissionalizantes.

E essa importante ação apresenta resultados práticos. O senhor Anselmo Lopes, 54 anos, que durante 25 anos morou nas ruas do entorno da Antiga Rodoviária, vivendo a dura realidade do vício das drogas, hoje se encontra em recuperação em uma comunidade terapêutica e agora trabalha como ativista voluntário na abordagem de pessoas que sofrem desse mal.

“Morando aqui na região quando a rodoviária ainda funcionava, me envolvi com a prostituição, conheci a bebida e as drogas e fui me decaindo até perder emprego, família, amigos, até parar na sarjeta. É uma doença que precisa tratar constantemente. No começo, foi difícil, e até queria ir embora, mas com tempo, o tratamento e as palestras, encarei a doença e to conseguindo vencer o vício. Quando eu ajudo essas pessoas que estão na situação que eu estive, também estou me tratando. Preciso ajudá-las para me manter na sobriedade”, relatou.

Para a presidente da Associação de Moradores do Bairro Amambaí e administradora do Centro Comercial Condomínio Terminal Oeste (antiga rodoviária), Rosane Nely, esse programa é o caminho certo para resolver, e não, transferir o problema para outras regiões da cidade.

“Nós, enquanto administração e moradores do bairro, estamos lutando há 10 anos pela revitalização do entorno e das áreas públicas. A nossa preocupação depois dessa revitalização acontecer é que esse problema das pessoas em situação de rua, usuários de drogas e presença de profissionais do sexo, não migre para outros locais, já que é um problema de todo o Centro da Cidade.

A ação tem o apoio da Câmara Municipal, Sesau, SAS, OAB, DPE, ONG Águia Morena, Cassems, Projeto Matheus, Centro Comercial Condomínio Terminal Oeste, Comunidades Terapêuticas (Esquadrão da Vida, Jaboque, Cadri, Certa e Comtapes).