A montagem do espetáculo que ganhou vida no fim do ano passado, intitulado “Santa Casa: 100 Anos de Solidariedade”, será encenado mais uma vez neste mês de agosto. As apresentações acontecerão nos dias 17 e 18, às 19h, no auditório Carroceiro Zé Bonito, no interior da Santa Casa, em Campo Grande, com entrada franca.
A peça é em estilo Teatro Documentário e o texto se baseia no livro “Santa Casa - Patrimônio de Mato Grosso do Sul”, da escritora Vera Tylde de Castro Pinto, lançado em agosto do ano passado. A publicação narra a história da Santa Casa, que é a quarta maior do Brasil, remetendo o espectador a uma viagem ao início do século passado, quando a cidade ainda era o Arraiá de Santo Antônio de Campo Grande.
Com direção de Andréia Freire e Conceição Leite o espetáculo traz várias novidades. Segundo Andréia o que mais a motivou a dar vida ao espetáculo foi a leitura do livro de Vera Tylde, “Quando eu vi o livro, “Santa Casa - Patrimônio de Mato Grosso do Sul”, da escritora Vera Tylde de Castro Pinto me senti envolvida”. Ainda segundo Andréia novas experiência e o desafio a levaram a encarar a montagem, “A possibilidade da arte teatral estar em outros ambientes e dialogar com temáticas e públicos outros, que comumente não vão ao teatro... O desafio de abrir mais espaço para o teatro na cidade, e investigar linguagens, como o teatro documentário, esse foi o alimento”, conta motivada a diretora.
O fio condutor da encenação é a solidariedade, que impulsionou o nascimento do hospital e segue até os dias atuais. Cerca de 5 mil habitantes da época sem nenhum hospital, famílias abrigavam alas hospitalares improvisadas em suas casas; o espetáculo traz a imagem dos pioneiros, das Irmãs que lutaram em prol da causa durante muitos anos; ainda conta sobre a visita do cientista Albert Sabin que deixou mensagens no livro de ouro do hospital e disse que “a Santa Casa era o hospital mais bonito do Brasil”; o patrimônio particular do presidente Arthur D´Ávila hipotecado para garantir a construção modernizada do hospital nos anos 80; entre outras, compõem as 27 cenas distribuídas em 4 atos, revelando personagens fundamentais e memórias históricas.
Montagem
O espetáculo “Santa Casa: 100 Anos de Solidariedade” é representado por 11 funcionários e colaboradores que se reuniram semanalmente ano passado durante seis meses. Este ano voltaram a ensaiar para as novas apresentações.
“Participar da construção da história da Santa Casa através do teatro foi como voltar no tempo e entender toda história de amor e solidariedade e a superação de desafios que nos fez o que somos hoje. Gratidão e honra são os meus sentimentos”, conta a assistente social Eliane Falcão, uma das atrizes.
Os participantes têm 25 a 60 anos e trabalham em diferentes setores do hospital: enfermaria, plantão, serviço social, oncologia, ambulatório, manutenção e atendimento. As diretoras e dramaturgas Andréa Freire e Conceição Leite, responsáveis pelo processo criativo, optaram pela linguagem do Teatro Documentário.
De acordo com Andréia, a parceria com Conceição Leite foi fator determinante para a montagem acontecer, “Eu e Conceição trabalhamos juntas em todos o processo, pesquisando, debatendo, ministrando oficinas e dirigindo o espetáculo... Temos uma boa sintonia e acho que ela tem um olhar refinado, crítico e bem-humorado que é fundamental nessa construção”, explica.
A diretora ainda explica que o trabalho com os funcionários fluiu de forma bastante rápida, e que sem dúvidas o que levam para o palco além da história são novos aprendizados, “Experiência que temos em trabalhar com não atores, um aprendizado constante pra nós duas”, finaliza.
A encenação é associada a uma ideia documental, com inserção do real através da reutilização de fontes e documentos históricos que se relacionam com a estética e a poética do espetáculo. O que está em cena tem um vínculo direto com a realidade social dos atores.
“Trabalhar no teatro para mim foi uma experiência incrível cheia de desafios e aprendizagem. Aprendemos muito sobre a história da Santa Casa, seus desafios, dificuldades, lutas e vitórias. Foi um prazer fazer parte desta história”, afirma a Tauany Ramires de Lara, que trabalha no faturamento e também atuou no espetáculo.
Outro diferencial é a utilização da tecnologia do audiovisual com projeção de documentos, fotos, discursos, canções, harmonizam com rápidas trocas de ambientes, figurinos, iluminação e promovem uma dinâmica que busca também otimizar o ambiente da encenação.
Equipe
Criação conta com Andréa Freire e Conceição Leite, texto e direção; Telumi Hellen, figurinos;
Rafael Mareco, videocenografia;
Jonas Feliz, trilha musical, Franciella Cavalheri, supervisão corporal;
Stepheen Abrego, iluminação;
Belchior Cabral, produção executiva e sonoplastia;
Helton Perez/Vaca Azul, fotografia e audiovisual;
Lula Ricardi, design;
Marruá Arte e Cultura, produção geral.
A Realização é da Associação dos Amigos da Santa Casa e conta com apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Cidadania.
Serviço
A entrada para o auditório Carroceiro Zé Bonito fica na rua Eduardo Santos Pereira, entre as ruas Rui Barbosa e 13 de Maio.
A entrada é gratuita, mas os ingressos devem ser retirados com antecedência de uma hora do horário das sessões, no Departamento de Eventos da Santa Casa – próximo ao auditório. Não será permitida a entrada após o início do espetáculo. (Com assessoria).